"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."
Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 23 de julho de 2015

10 livros mais importantes da Literatura Brasileira


Os 10 livros mais importantes da Literatura Brasileira

Em uma pesquisa feita pela Universidade Metodista de São Paulo foi eleito os 10 livros mais importantes de nossa literatura, de acordo com a opinião de 12 professores de Língua Portuguesa. Abaixo segue a lista dos dez mais. Qual deles vocês já leram?

1. "A Hora da Estrela" - Clarice Lispector

A história da nordestina Macabéa é contada passo a passo por seu autor, o escritor Rodrigo S.M. (um alter-ego de Clarice Lispector), de um modo que os leitores acompanhem o seu processo de criação. À medida que mostra esta alagoana, órfã de pai e mãe, criada por uma tia, desprovida de qualquer encanto, incapaz de comunicar-se com os outros, ele conhece um pouco mais sua própria identidade. A descrição do dia-a-dia de Macabéa na cidade do Rio de Janeiro como datilógrafa, o namoro com Olímpico de Jesus, seu relacionamento com o patrão e com a colega Glória e o encontro final com a cartomante estão sempre acompanhados por convites constantes ao leitor para ver com o autor de que matéria é feita a vida de um ser humano.

2. "Dom Casmurro" - Machado de Assis

Bentinho e Capitu são criados juntos e se apaixonam na adolescência. Mas a mãe dele, por força de uma promessa, decide enviá-lo ao seminário para que se torne padre. Lá o garoto conhece Escobar, de quem fica amigo íntimo. Algum tempo depois, tanto um como outro deixam a vida eclesiástica e se casam. Escobar com Sancha, e Bentinho com Capitu. Os dois casais vivem tranquilamente até a morte de Escobar, quando Bentinho começa a desconfiar da fidelidade de sua esposa e percebe a assombrosa semelhança do filho Ezequiel com o ex-companheiro de seminário.


3. "Vidas Secas" - Graciliano Ramos

Em ´Vidas Secas´, o autor se mostra mais humano, sentimental e compreensivo, acompanhando o pobre vaqueiro Fabiano e sua família com simpatia e uma compaixão indisfarçáveis. Além de ser o mais humano e comovente dos livros de ficção de Graciliano Ramos, ´Vida Secas´ é o que contém maior sentimento da terra nordestina, daquela parte que é áspera, dura e cruel, sem deixar de ser amada pelos que a ela estão ligados teluricamente. O que impulsiona os seres desta novela, o que lhes marca a fisionomia e os caracteres, é o fenômeno da seca. ´Vida Secas´ representa ainda uma evolução na obra de Graciliano Ramos quanto ao estilo e à qualidade estritamente literária.


4. "Macunaíma" - Mário de Andrade

A personagem-título, um herói sem nenhum caráter (anti-herói), é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. A frase característica da personagem é "Ai, que preguiça!". Como na língua indígena o som "aique" significa "preguiça", Macunaíma seria duplamente preguiçoso. A parte inicial da obra assim o caracteriza: "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite."A obra é considerada um indianismo moderno e é escrita sob a ótica cômica. Critica o Romantismo, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos (rapsódia). O livro possui estrutura inovadora, não seguindo uma ordem cronológica (i.e. atemporal) e espacial. É uma obra surrealista, onde se encontram aspectos ilógicos, fantasiosos e lendas. Adota como protagonista uma personagem fantasiosa e complexa, na qual se misturam os mais diversos traços de nossa formação cultural. A confluência racial em Macunaíma se evidencia desde o primeiro capítulo e é o próprio Rei Nagô, figura africana quem avisa que o herói é muito inteligente. Com uma critica maior à linguagem culta já vista no Brasil.


5. "Grande Sertão Veredas" - Guimarães Rosa

Nesta obra de Guimarães Rosa, o sertão é visto e vivido de uma maneira subjetiva e profunda, e não apenas como uma paisagem a ser descrita, ou como uma série de costumes que parecem pitorescos. Sua visão resulta de um processo de integração total entre o autor e a temática, e dessa integração a linguagem é o reflexo principal. Para contar o sertão, Guimarães Rosa utiliza-se do idioma do próprio sertão, falado por Riobaldo em sua extensa e perturbadora narrativa.
Encontramos em ´Grande Sertão-Veredas´ dimensões universais da condição humana - o amor, a morte, o sofrimento, o ódio, a alegria - retratadas através das lembranças do jagunço em suas aventuras no sertão mítico, e de seu amor impossível por Diadorim.



6. "Memórias Póstumas de Brás Cubas" - Machado de Assis

Após sua morte, no ano de 1869, Brás Cubas decide por narrar sua história e revisitar os fatos mais importantes de sua vida, a fim de se distrair na eternidade. Começa então a relembrar dos amigos, como Quincas Borba, da sua displicente formação acadêmica em Portugal, dos amores de sua vida e, ainda, do privilégio que teve de nunca ter precisado trabalhar em sua vida."


7. Morte e Vida Severina" - João Cabral de Melo Neto

Nesta obra o autor descreve através de poemas, a peregrinação de um emigrante nordestino, em busca de melhores condições de vida. Entretanto por todos os lugares que passa, só presencia a miséria e a morte. Sendo assim, concluiu que seria melhor se afogar nas águas do rio Capibaribe. Numa última tentativa de mudar de ideia, vai se aconselhar com um sábio da região onde se encontra, quando presencia uma notícia do nascimento de uma criança, embora provavelmente cresça na miséria, como seus pais. Diante dessa tênue esperança de salvação, Severino apresenta feições de alegria e alívio, por não precisar suicidar-se.


8. "Memórias de um Sargento de Milícias" - Manuel Antônio de Almeida

Com um único romance que escreveu aos 21 anos - "Memórias de um Sargento de Milícias" - Manuel Antônio de Almeida conquistou na literatura brasileira uma posição também única, fixando a tradição do romance urbano e pressagiando Machado do Assis.


9 . "O Cortiço" - Aluísio de Azevedo

A obra busca recriar a realidade dos agrupamentos humanos sujeitos à influência da raça, do meio e do momento histórico. O predomínio dos instintos no comportamento do indivíduo, a força da sensualidade da mulher mestiça, o meio como fator determinante do comportamento são algumas das teses naturalistas defendidas pelo autor ao lado de denúncias sociais. O protagonista do romance é o próprio cortiço, onde se acotovelam lavadeiras, trabalhadores de pedreira, malandros e viúvas pobres.


10. "O Ateneu" - Raul Pompéia

Um dos mais inteligentes romances da literatura brasileira e obra mais conhecida de Raul Pompéia, O Ateneu narra a história de Sérgio, um garoto que com onze anos é levado pelo pai para um internato. Em uma recriação autobiográfica, o autor conseguiu como poucos captar os conflitos, constrangimentos e angústias do dia-a-dia no colégio interno.

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