"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Livro: A Rainha Ginga

Escrito pelo angolano José Eduardo Agualusa (Huambo, Angola, 13 de dezembro de 1960) em 2014, o romance A Rainha Ginga narra a incrível e verdadeira história de Ana de Sousa (1583-1663). Dona Ana de Sousa, em língua Kimbundu Ngola Ana Nzinga Mbande, ou Rainha Ginga foi uma rainha (ngola) dos reinos do Ndongo e de Matamba. É de seu título real em língua kimbundu, Ngola, que deu origem ao nome Angola. 
O livro é narrado em primeira pessoa pelo narrador-personagem José Francisco de Santa Cruz, padre pernambucano, enviado ao reino de Ginga para trabalhar como interpréte e conselheiro, a favor dos portugueses.
A história mostra todo o percurso da subida e consolidação do poder pela Rainha Ginga, relatando os costumes do reino de Ndongo e Matamba, além, é claro, de mostrar como era a colonização portuguesa em Angola.
É um livro fascinante, que mostra a inteligência e a originalidade de Ana de Sousa no exercício de seu poder como Ngola. Astuta em seus planos, ela cria alianças para lutar e expulsar os portugueses de sua terra, aliando-se até mesmo com os holandeses. Ela, ainda, comandava suas tropas contra outros reis africanos, buscando estabelecer seu reino.
Além disso, ela adota uma coleção de esposas (homens transvestidos de mulheres) e se casa várias vezes com diversos chefes militares africanos. Ardilosa, astuta, vaidosa, Ginga não medirá esforços para estabelecer seu poderio na África. 
O livro é fascinante pelos detalhes históricos, culturais e por mostrar a luta que se deu entre portugueses e africanos na época da colonização. José Eduardo Agualusa descreve a trajetória dessa rainha africana de forma perspicaz e envolvente, através do olhar da personagem José Francisco de Santa Cruz.
É um livro interessante, de leitura rápida e que envolve o leitor na sua narrativa. A leitura flue rapidamente e de forma nada entediante. Vale a pena conferir essa obra do angolano José Eduardo Agualusa.



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